I M P R O V I S A Ç Ã O

           IMPROVISAÇÃO: é a arte de criar espontaneamente linhas rítmicas, melódicas e/ou harmônicas, às quais nunca antes teríamos tocado, ou seja; é a arte de compor música espontaneamente sem preparação prévia.

           Bem, isto é apenas uma definição “teórica”, porque na prática, raramente um músico improvisa com elementos os quais nunca antes havia experimentado. Parece óbvio, que todos nós quando improvisamos utilizamos padrões rítmicos e linhas melódicas e/ou harmônicas previamente estudadas, entretanto, a palavra improvisar quer dizer; “criar na hora”.

           Na realidade estuda-se técnica de improvisação para se adquirir as ferramentas necessárias para o o Imrpoviso. A convicção e a maturidade na prática do improviso só poderá vir com o tempo. Isto nos leva a estudar os elementos básicos da Composição, em outras palavras, é importante que o estudo da Improvisação seja entendido como estudo prático de Composição.

           Improvisar é Compor no instante que se toca. É bom lembrar que notas tocadas aleatoriamente dentro de uma Escala, por exemplo, não trata-se de uma Composição ou Improvisação, mas, sim de um simples exercício que poderá eventualmente resultar em uma melodia…

           Podemos dizer que, a Improvisação em Música, é semelhante à Linguagem. Assim como em nossos primeiros anos de vida, aprendemos (um idioma) a falar (e pronunciar) e a escrever palavras, e, quando nos tornamos adultos, somos capazes de expressar nossos pensamentos através das tais palavras aprendidas anteriormente. Então, estas palavras já existem no vernáculo do nosso idioma, todas as pessoas fazem uso delas para dizer coisas de diferentes sentidos, mas, são sempre as mesmas palavras, e cada uma delas, pode ser entendida como um “padrão” que tem significado próprio, e que pode ser combinado à outro “padrão”, etc. Então, podemos perguntar, mas, aonde esta a originalidade de um músico que improvisa à partir de Padrões já existentes (?). A resposta é: A originalidade se encontra no ato do ‘Rearranjo espontâneo de tais Padrões’ e não necessariamente na ‘criação inédita de Melodias ainda não existentes’, ‘as nossas Frases musicais são o resultado do que já tocamos e ouvimos’.

          Alguns Jazzistas colocam que, uma Improvisação que prenda a atenção do ouvinte deve “contar uma história” (telling a history) que tenha começo, meio e fim, isto é, deve possuir lógica dentro do contexto musical.

          O autor e músico de Jazz, Jerry Cocker, em sua obra “Improvising Jazz”, ressalta que, para se conseguir uma “Improvisação inteligente” que tenha fundamento, é necessário se levar em conta alguns fatores que com certeza definirão o nível do Improviso.

           INTUIÇÃO = que é responsável pela originalidade (capacidade de reogarnizar os Padrões)

           INTELECTO ou o Conhecimento prévio de assuntos fundamentais, como: os principais Grupos e Padrões Rítmicos (principalmente em relação ao estilo musical que desejamos Improvisar, reconhecendo o Compasso, grupos e células rítmicas em questão, etc, etc). Estar bastante à vontade com as Escalas e Arpejos (Tríades, Tétrades, as quais praticamente delineiam as Melodias em geral, conhecendo bem as suas Relações), as Cadências e Regras Harmônicas. Estudar Padrões Melódicos no âmbito da Harmonia Tonal – Tensão Natural e Alterada. Estudar as Concepções Modais, Seriais. Estar ciente que o Improviso, sempre deve ter a linguagem do estilo, obviamente.

          EMOÇÃO = que é responsável pelo modo como nos expressamos (Obs. Este item considero subjetivo, porque entra em um campo de analise jamais pertencente à um curso de instrumento)

         O SENSO DO PITCH =(altura das notas ) que transforma o que ouvimos em nosso cérebro em notas na guitarra .

         E O HABITO = que condiciona o nosso Cérebro Motor e ” Sistema Auditivo “

          Normalmente os estudos de IMPROVISAÇÃO são voltados para o JAZZ. É importante lembrar que todo os estilos e generos musicais que têm carater ou que permitem Improviso, possuem as suas características próprias dos pontos de vista: Rítmico (padrões de células e grupos rítmicos) e Melódico (escala). Entretanto, conhecer bem a Harmonia e a suas linhas padrões nos estilos e generos musicais, e, saber muito bem o que deve o que não deve ser aplicado (basicamente escalas e arpejos) na ‘hora de improvisar’ é condição sine qua non para um bom Improviso.

          Consulte o meu Compendio de Guitarra vol. 02 (Jazz e MPB)

Aulas Semanais, Quinzenais e Avulsas: https://wesleylelycaesar.net/aulas-semanais-quinzenais-e-avulsas/