Uma das lições do Curso de Guitarra pra Iniciantes na minha coluna da revista Guitar Player Br. – assista na TV Guitar Player (Blues) 

Introdução do Vídeo-Aula gravado em 1996 – Blues

Modern Blues Style (Estilo Blues Moderno)

 

BLUES em A (Lá)

NIGHT’S END BLUES https://wesleylelycaesar.net/album-nights-end-blues-teaser/
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Sinopse Histórica do Blues

Nota: Não há como escrever históricos da Música sem considerarmos aspectos sociais e econômicos, pois, os protagonistas da Música em suas várias vertentes são também agentes sociais e como agentes sociais interferem no âmbito da sociedade e da economia, bem como, da politica na medida em que ‘o homem é um animal politico’ conforme bem nos lembrou Aristóteles (384-322 A.C.) 

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O tráfico de escravos no Atlântico já existia com os portugueses no século XVI. Depois os ingleses adotaram este tipo de comércio, então, o primeiro navio negreiro a chegar nos EUA aportou em Jamestown (Virgínia) em 1619, trazia 20 negros que foram vendidos em leilão.

No século XIX, chegava nos EUA, um milhão de escravos. Até o período da Guerra civil, mais de quatro milhões havia aportado em terras Americanas do Norte. Alguns historiadores colocam que estes números não são precisos, entretanto afirmam que, os maiores lucros auferidos entre 1500 e 1800 foram através da venda de escravos. O trabalho escravo foi um dos principais fatores do crescimento americano.

Os africanos que trabalhavam nas plantações de algodão portavam naturalmente aspectos de suas tradições, como o canto, por exemplo, (originalmente, a música de escravo era puramente vocal). Os missionários brancos achavam conveniente adaptar a liturgia Cristã a musica dos africanos. Esta “música espiritual” era o primeiro exemplo de música africana adaptada ao ambiente social do Novo mundo (pois, a igreja, não existia na África, nem as letras dos Evangelhos). Não era difícil o escravo se sentir identificado com o martírio de Jesus, e para a comunidade como um todo identificar-se com a odisséia dos judeus.

Os negros escravos produziram três tipos de manifestação musical: a religiosa (que representava o êxtase), a de trabalho (que expressava a sua tristeza de inferioridade social inventada pelos brancos – os trabalhadores de algodão e plantações de trigo, desenvolveram canções que eram sincronizadas com a cadência rítmica do trabalho), e a de festa (que expressava a sua exuberância – a festa e a dança, eram mais íntimas à música original da África, pois, as mesmas atividades já praticavam anteriormente em suas terras africanas).

Os três tipos de música (religioso, trabalho e festa) compartilharam a mesma característica: a musica através do canto “hipnotizava” os ouvintes. Seu “efeito hipnótico” talvez tenha expressado a aceitação resignada de um destino trágico.

Ao mesmo tempo, o êxtase (religioso), a tristeza (no trabalho) e a exuberância (na dança e na festa), somados produziram uma “carga emocional” muito maior que a música folclórica branca. Esta “emoção” conduziu a improvisação individual para temas coletivos. O efeito combinado do formato “hipnótico” e o conteúdo emocional criaram estruturas soltas que poderiam se estender durante períodos indefinidos de tempo, em uma alternância virtualmente infinita de repetição e improvisação.

Outros aspectos da música negra foram inovadores para os padrões de música branca. O ritmo geralmente sincopado, na primeira fase se serviu de batidas de palmas e pés. Os cantores empregavam uma gama vocal larga de notas cruzadas de uma maneira acrobática, apresentando uma desconhecida liberdade da harmonia ocidental. Talvez porque não se identificava regras, como as que temos no ocidente.

Um segundo aspecto era o formato “pergunta e resposta”; um “líder” chamava uma linha melódica e um coro repetia isto em um registro diferente, e às vezes em uma divisão rítmica diferente, e freqüentemente dobrava ligeiramente a melodia. Este papel de improvisação espontânea em música negra claramente contrastava com a precisão do mecanismo exigido na harmonia ocidental. E outro aspecto era a ‘estrutura aberta’ da música negra que contrastou com a progressão linear da música ocidental.

A herança africana foi principalmente preservada no Sul dos EUA. Os negros do Norte encontravam-se melhor integrados na sociedade branca, principalmente no século XIX. Por exemplo, o primeiro teatro negro já havia sido inaugurado em Nova Iorque em 1821. Isto quer dizer que já haviam se distanciado mais rapidamente das suas raízes em relação aos negros do Sul.

A guerra civil terminou em 1863 e em 1865 foi abolida a escravidão, isto contribuiu para a “liberdade” do negro… a primeira coleção de canções negras foi publicada em 1867, “Slave Songs of the United States”. Entretanto, isto gerou a migração interna dos negros do Sul, pois as cidades do Norte prometiam mais liberdade, porém, ofereciam um tipo diferente de escravidão. E, ao mesmo tempo, o migrante se afastava de dois aspectos da sua cultura: a plantação e a igreja. O cantor negro agora só poderia produzir musica sozinho, não pertencia mais ao seu grupo na plantação, na igreja, na festa.

Estes cantores ‘solo’ precisavam de instrumentos… O banjo era um instrumento africano que teria vindo nos navios negreiros… Foram adotados também o violão e a gaita dos brancos. Eventualmente, o violão fazia o papel de segunda “voz” do bluesman, como uma espécie de “substituição” do coro que anteriormente ele se acostumara, no formato “pergunta e resposta”. Em vez de se dirigir a uma audiência em uma igreja ou plantação, e interagindo com isto, o cancioneiro negro, estava interagindo com o violão dele mesmo. As musicas de blues se tornaram um diálogo entre um ser humano e o violão (pois não existia ainda a guitarra elétrica – ver Historia da Guitarra nos EUA). Este cancioneiro negro “itinerante”, armado com o violão, adaptou as canções ao formato narrativo da balada britânica.

No século 20 (ver História da Musica Pop) com o surgimento dos meios de comunicação (Radio, Cinema, Fonógrafo – como maquina de reprodução musical e outras que surgiram até chegar nas atuais – e a Imprensa que é bem mais antiga que os demais meios) que são parte do Capitalismo industrial (este por sua vez em curso desde fins do século 18 na Europa, consolidando-se através do processo de produção em série para o consumo em larga escala), foi em tal contexto que a Musica, tornou-se uma mercadoria como outra qualquer e neste sentido ninguém mais se salvou, nem mesmo os famosos Bluesman. Estes são aqueles, que via de regra já eram fruto deste processo de aculturação produzida pelos brancos, que em certo sentido coloca em duvida o quanto da musica verdadeiramente negra ainda podemos ouvir……

*Resumo dos Aspectos Rítmicos, Melódicos e Harmônicos do Blues

 O RITMO no BLUES

No Blues a Rítmica se desenvolve geralmente baseada em compasso composto tipo; 12/8 e, portanto com pulsação tercinada (3 notas por tempo). Deste principio origina-se outras células rítmicas como a Shuffle (ou ritmo Shuffle) que é muito ocorrente não só na musica Americana e Inglesa, bem como no Rock e na musica Pop em geral.

A MELODIA (o Solo) no BLUES

No Blues as linhas melódicas (seja no canto ou no solo instrumental) baseiam-se na Escala Pentatônica com Blue Note (notas cromáticas que se encontram entre as notas naturais da Escala Pentatônica) (VEJA ESCALA PENTATONICA na aba TEORIA -PRATICA) – Escala de Rock/Blues – (Pentatônica com blue note)

Escalas Pentatônicas em todas Tonalidades

1) Do    Re     Mi     Sol    La               07)  Fa#   Sol#   La#   Do# Re#                   

2) Sol   La     Si       Ré    Mi               08)  Do#   Re#   Mi#   Sol#  La#

3) Ré    Mi     Fa#    La     Si               09)  Lab   Sib    Do    Mib    Fa

4) La    Si      Do#    Mi     Fa#           10)  Mib    Fa     Sol    Sib    Dó

 5) Mi    Fa#   Sol#    Si     Do#         11)  Sib    Dó     Ré     Fa     Sol

 6) Si     Do#   Re#    Fa#  Sol#         12)  Fa     Sol    Lá     Dó     Ré     

 

  A HARMONIA no BLUES

 

No Blues a Harmonia se desenvolve tendo por base a estrutura de compassos “Twelve Bar Blues” (12 Compassos Blues) em Acordes do tipo Dominantes (Maior com Sétima Menor) ou simplesmente Acordes Amodais do tipo sem a Terça (Maior ou Menor)…. O Blues quando tratado, isto é, executado pelos Jazzistas passa a ter um outro formato e abordagem Harmônica.

A “TÉCNICA” no BLUES

Os Elementos Técnicos Basicos da Guitarra como, Hammer, Pull, Bend e Slide são absolutamente ocorrentes no Blues –

 


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